À PROCURA DO OURO NO MUNDIAL

A Selecção Portuguesa de maratona parte hoje para a República Checa, onde, no fim-de-semana, vai competir no Campeonato da Europa. O destaque na equipa nacional vai para a c2 que, anualmente, alterna a medalha nas grandes competições (Europeu ou Mundial) e que continua afincadamente à procura de um ouro que nunca conquistou.

José Sousa, triplamente medalhado de prata em Campeonatos do Mundo (na c1 em 1998 e na c2 em 2004 e 06), volta a ser convocado para a parelha com o limiano Nuno Barros. O canoísta do CN Crestuma assume “que somos candidatos”, mas alerta, ao Notícias do Rio, que tudo vai depender do desenrolar da própria prova na pista de Tyn Nad Vlatvou.
“Este ano, fizemos uma alteração de posição, vamos ver se surte efeito”, revela José Sousa, que deixou a voga para o colega do CN Ponte de Lima. “Já fazemos canoagem há muito tempo comigo à frente e é altura de apostar num formato diferente, pode ser que surpreenda os adversários. Acima de tudo, prende-se com o facto do barco ficar mais estável quando o rio está em piores condições, navega melhor em águas menos tranquilas”, justifica.
Olhando para trás, o canoísta gaiense recorda que “nas únicas duas provas em que não fomos medalhados” o rio apresentava exactamente essas características, “estava em muito más condições”. Em 2005, quando a c2 conquistou a medalha de bronze no Europeu, a pista checa apresentava-se “muito má” e causou “muitas dificuldades” aos portugueses.
“A água subiu cerca de dez metros e a prova foi mais curta, não houve portagens. Era uma água muito revolta e com muitas correntes. Este ano, para antever e estarmos preparados para essas adversidades, trocámos de posição”, acrescenta José Sousa.
Depois da dupla prata no Mundial (2004 e 2006) e do duplo bronze no Europeu (2005 e 2007), a c2 sonha agora com a «rodela» que teima em não vir, o ouro. Os objectivos são, contudo, assumidos de uma forma mais realista: “Somos candidatos a uma medalha. Outra coisa não se esperava, depois de todo o nosso passado. Este foi um ano atípico, porque eu tive vários problemas físicos que me foram impedindo de treinar ao nível habitual. Agora estou bem, mas só conseguimos ver se estamos mesmos fortes durante a prova”.
José Sousa confessa ainda que a eventual medalha seria um prémio aliciante para quem se prepara para encerrar a carreira: “No próximo ano, o Campeonato do Mundo vai ser em Portugal, pelo que há fortes hipóteses de esta ser a minha última competição extra-muros. Encerrar a carreira [no Mundial em Crestuma] terá um sabor especial”. Houve ainda tempo, antes da partida, para “lembrar a atleta de pista italiana que, aos 44 anos, perdeu a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos por um centésimo”.
Além de Sousa e Barros, a Selecção Portuguesa fica completa com os k1 de Nuno Brandão (CN Milfontes) e de Márcio Pinto (CN Crestuma) e os k2 de Artur Tomaz e Nuno Henriques (AN Amorense) e de Márcio Pinto e Pedro Gomes (CN Crestuma).