As eleições na Federação continuam suspensas, enquanto se aguarda a saída do regime jurídico para alterar os estatutos.
O processo eleitoral na Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), que pelos estatutos teria de ser iniciado após o fim dos Jogos Olímpicos (Agosto), continua em suspenso. O motivo é o atraso na publicação oficial do regime jurídico das federações desportivas, cujo texto final vai obrigar à alteração dos estatutos. O presidente da FPC, Mário Miguel Santos, salienta que a suspensão do processo visa evitar a realização de duas eleições no mesmo ciclo olímpico, mas admite recorrer aos estatutos habituais para que a situação não se eternize.
“Foi dado início ao processo eleitoral pelo Conselho de Associações, que é o órgão competente, mas ficou decidido suspender o processo porque vamos ter um novo regime jurídico para as federações. Estamos a aguardar a publicação para adaptarmos os estatutos, de forma a evitarmos duas eleições no mesmo ciclo olímpico”, resume o dirigente.
O líder federativo admite que contava que o texto final “saísse até ao final do ano”, pois eram essas “as expectativas” que vinham a ser dadas à FPC, tanto mais que “em Novembro foi anunciada a saída” do documento, a qual nunca se concretizou. Se a indefinição continuar no plano jurídico, Miguel Santos admite recorrer ao «plano B», ou seja, “dar início ao processo pela maneira antiga”, complementando: “não vamos ficar aqui «ad aeternun».”
A nível de estatutos, o «trabalho de casa» está praticamente feito, embora tenha sido alinhavado com base nas informações que, pontualmente, vão sendo divulgadas sobre o regime jurídico a publicar. “Já temos uma proposta, mas só quando sair o texto final é que podemos aprovar as alterações. Não temos conhecimento do texto final, por isso temos uma proposta já adiantada que está a ser analisada pela Secretaria de Estado, a ver se será necessário fazer alterações”, justifica Miguel Santos.
No início do próximo ano, os associados da FPC serão então chamados a votar duas decisões importantes. Em primeiro lugar, a canoagem precisa de ter estatutos adequados às futuras regras jurídicas; só depois pode ser retomado o processo eleitoral. “Temos mantido o contacto com a Secretaria de Estado, vamos aguardar pelo documento final para apresentar a proposta de estatutos em Assembleia Geral e, depois, retomarmos o processo eleitoral”, conclui o presidente.
Presidente disponível para continuar
O processo eleitoral está em suspenso mas a recandidatura de Miguel Santos à presidência da Direcção federativa é quase uma certeza. O dirigente recusa-se a confirmar – “não sou eu que me elejo”, graceja –, mas admite estar “a considerar essa possibilidade”, que faz depender da vontade dos clubes, ou seja, “se tiver um apoio significativo”.
Em jeito de balanço ao mandato, o dirigente lembra que o recente controlo internacional teve “mais de 140 atletas, na maioria estrangeiros”, incluindo “olímpicos e campeões mundiais”, reflectindo a evolução da modalidade no último ciclo olímpico. “É preciso aproveitar a excelente energia à volta da canoagem. No ano passado, tivemos uma prova para miúdos dos 10 aos 12 anos com mais de 109 atletas, o que há tempos era inimaginável. Isto mostra que os clubes trabalham mais e melhor”, acrescenta.
Olímpicos não são trunfo
Miguel Santos revela que, em caso de ser (re)candidato, não vai usar o aumento da participação olímpica (de um k1 em 2004 para dois k1 e um k2 em 2008) como trunfo eleitoral: “é um trunfo de toda a canoagem, não fui eu a remar ou a conseguir o apuramento. São poucas as modalidades que conseguem colocar quatro atletas entre os 16 primeiros”.
O presidente admite, contudo, alguma frustração pelas ausências olímpicas do k2 masculino e do k4 feminino: “o sistema de qualificação é muito injusto. Há mais barcos que podiam ir e ter bons resultados. O k2 e o k4 não falham uma final desde 2006 e, em Duisburgo, o k4 ganhou a algumas das tripulações que depois foram medalhas olímpicas”.
CANOAGEM À ESPERA DO REGIME JURÍDICO
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