O NdR foi ao aeroporto receber a Selecção Nacional e ouviu os verdadeiros heróis do apuramento olímpico: os familiares que durante quatro anos aturaram Pedro Fraga e Nuno Mendes.
As declarações dos olímpicos surgirão dentro de poucas horas, tanto mais que a «família Sport» vai jantar na Marina do Freixo.
Como é que se incentiva um atleta ao longo de um trabalho de quatro anos?
Não sei como responder, estão tão emocionada. Ajudei sempre em tudo, rezei e lutei, tenho de ir a Fátima. Há um casamento a que não ia e, mal conseguiram, telefonei a dizer que ia. Tem sido muita comoção, muito sofrimento. No ano passado, quando foram a Munique e depois os mandaram embora, foi demasiado sofrimento, nem gosto de lembrar.
Como é que se incentiva um atleta ao longo de um trabalho de quatro anos?
Somos uma família ligada ao desporto, maior incentivo era difícil. Todos os dias participámos com sofrimento nos treinos, pelo que fez com que o esforço seja o mesmo que o deles.
Qual o momento mais difícil neste quatro anos?
Talvez o ano passado, após Munique. Estamos juntos há oito anos, já nos conhecíamos desde pequenos, mas o Campeonato do Mundo foi bastante negativo. A Federação não ajudava e quis excluí-los, foi um momento bastante duro para o Nuno, que não teve apoio financeiro nem da Federação, nem do IDP. Tivemos que fazer reajustamentos e tive de apoiar o Nuno.
É difícil ter uma relação com um atleta de alta-competição, há momentos em que as nossas vidas são muito díspares. Eu tenho a minha profissão e tivemos momentos muito complicados, mas conseguimos ultrapassar tudo e estamos aqui hoje, com ajuda do Rob, do Eduardo, do clube e da Marta.
Como se vive um momento destes?
Não sei explicar, deixei tudo para vir. Foi uma luta muito grande e merecida, porque trabalharam sozinhos, só com os amigos e a família.
Em que estado ficou o Pedro quando, há cerca de um ano, se viu expulso da Selecção?
Esteve muito mal, com quebras, mas sempre lhe demos força. Apoiámos em tudo o que estava ao nosso alcance, pois sabíamos que iam conseguir.
Como é que se incentiva um atleta ao longo de um trabalho de quatro anos?
É dar coragem, sempre para a frente, porque é capaz. Nunca duvidei, porque sempre acreditei nas capacidades de ambos. Foi uma luta contra tudo e contra todos.
Qual a atitude que teve, como pai, quando ele se desempregou?
Fez bem, porque tinha este objectivo desde os 14 anos e eu entendo que tinha de lutar por ele. Foi corajoso e, apesar de certas coisas que passaram, chegou lá.
O que teve de suportar ao longo deste projecto?
Não é bem suportar, pois o sonho dele também é meu. Tive que suportar muita coisa e ficamos privados de fazer muita coisa enquanto namorados, mas valeu a pena todo o esforço, sacrifício e dedicação. Foi um trabalho conjunto. Eles chegavam a casa e tinha o jantar ou o almoço pronto, fui um bocado a mãe deles quando treinavam em Montemor. É muito gratificante, depois de todo este esforço.
Há cerca de dois, dois atletas muito motivados foram ter consigo para os ajudar no sonho do apuramento olímpico. O que o levou a aceitar o desafio?
A pergunta dá a resposta. Estavam intrinsecamente motivados e tinham capacidades. Assim é fácil trabalhar. Formou-se uma equipa coesa, com o Jorge e o Eduardo, em que deitava um olho mais à técnica.
Acreditou no valor deles?
Antes de começar, já tinham duas medalhas de prata nos Campeonatos do Mundo de Sub-23, o que demonstrava terem capacidade. O que encontrei foi uma tripulação sozinha, perdida e cujo andamento não era bom. Em conjunto com o Sport, começámos a reconstruir o treino completo, desde o início. Foram coisas muito básicas, muito simples, nada de especial. Os resultados no remo são obtidos mediante três pilares: mentalidade, forma física e capacidade técnica. Foi nesta última que trabalhámos mais, o que se traduziu na forma como o barco anda, embora sem esquecer os outros sectores.
Enquanto treinador, como assistiu ao desenrolar dos últimos 250 metros?
Até a nível internacional é histórico! Nunca vi uma equipa recuperar do último lugar para o segundo em menos de 500 metros.
4 comentários:
excelente trabalho e cobertura que estás a fazer aqui no blogue. acho que a pergunta "Irá este blog resistir mais de três meses?" já não faz sentido estar na barra lateral...
Estêvão, o inquérito só ainda está na barra porque, com toda esta feliz situação, ainda não comentei os resultados. Quando passarem estes primeiros festejos pelo «double» eu irei analisar e meter uma nova sondagem.
Olá! :) É com grande alegria que o felicito por esta entrevista, assim como pelo blogue.
Agradeço, ainda o seu apoio e presença ontem no aeroporto junto dos nossos heróis e das nossas respectivas famílias!
No entanto, gostaria apenas de corrigir dois pequenos lapsos...Sandra Guedes é o meu nome e Marta Maranha o da namorada do Pedro! :) Até Breve e a continuação de boas Notícias e entrevistas!
Ola a todos!
Estou a escrever porque ainda não se abordou o nome de uma grande mulher.
Uma pessoa que esteve sempre "lá" nos momentos dificeis, especialmente na regata em Poznan, uma senhora com um "S" grande que apoiou o double e o ajudou ao longo deste tempo todo!! Uma menina com um "M" grande linda por fora e por dentro, sempre bem disposta com um sorriso contagiante e uma boa disposição fora do normal! Acreditem que estar ao lado dela é estar contente e de bem com a vida! ehehe
TERESA CARDOSO (esposa do Mijnheer de Rooij) UM GRANDE OBRIGADA POR TUDO, MAS MESMO MESMO MUITO OBRIGADA! SEM TI NÃO TERIA SIDO TÃO FACIL! Esta vitória tb é tua!
Obrigada por existires! :)
Beijinhos e abraços para todos e obrigada tambem por apoiarem estes nossos herois
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