Rascão Marques adiou para após os Jogos Olímpicos a reacção às críticas que, desde o apuramento do «LM2X», têm vindo a subir de tom. O presidente da Federação reconhece haver "alguns problemas", mas adianta que ficará em silêncio até ao final da Olimpíada.
O presidente da Federação Portuguesa de Remo (FPR), António Rascão Marques, relativizou hoje as criticas dos remadores Pedro Fraga e Nuno Mendes, preferindo "abrir o livro" após os Jogos Olímpicos. Pedro Fraga e Nuno Mendes, que acabaram com um ausência de 12 anos do remo português em Jogos Olímpicos, ao qualificarem o doublescull ligeiro para Pequim, consideram-se "proscritos" pela federação e apontam tratamento diferenciado.
Os remadores olímpicos queixam-se de "falta de apoio", da Federação ditar o local de treino, de impor o director técnico nacional José Santos e de ser responsável por competirem com um barco antigo. "Trabalhamos sempre sem qualquer apoio, mas agora é a Federação que está a colher os louros e proveitos financeiros do nosso êxito", defendem os remadores, que garantiram o apuramento em Junho, nas regatas de Poznan, na Polónia.
O presidente da FPR, António Rascão Marques, reconhece que há "alguns problemas", mas prefere não fazer comentários antes da participação de Pedro Fraga e Nuno Mendes nos Jogos Olímpicos de Pequim. "Depois dos Jogos Olímpicos abrirei o livro", adiantou à Agência Lusa António Rascão Marques, que, em relação à falta de apoios, referiu que as bolsas são atribuídas com base nos resultados e a falta destes corta o apoio financeiro.
Os remadores acusam a Federação de ter "comprado barcos para quase toda a gente" menos para eles e de irem competir em Pequim com uma embarcação do clube (Sport Clube do Porto) já com seis anos e frente a adversários com barcos de 2008. "Ainda nos atiraram à cara quanto gastaram para enviar o barco para Pequim", referiram os atletas à Agência Lusa, sustentando terem sido "abandonados" pela Federação, que não os quis na Selecção, o que os levou a treinar sozinhos. Pedro Fraga e Nuno Mendes acusam a Federação de lhes ter imposto o local de treino no Pocinho (Centro de Alto Rendimento do Remo) ou, caso contrário, ficariam por sua conta. "Foi o que fizemos", adiantam.
O presidente da FPR, António Rascão Marques, confirma que os atletas vão competir com um barco comprado pelo clube, mas negou que este seja antigo ou menos competitivo do que os que os atletas vão encontrar em Pequim. Em relação à presença do director técnico nacional José Santos, com quem os atletas alegam problemas de relacionamento, António Rascão Marques esclarece que tal foi estabelecido desde sempre e é irreversível.
O presidente do Sport Clube do Porto, Paulo Barros Vale, considerou que, no seu entender e "face a determinado tipo de atitudes com os atletas do clube", a "Federação quase que ficava contente se não fossem aos Jogos Olímpicos".
Paulo Barros Vale acusa a FPR de "criar um ambiente desagradável", muito por culpa da "atitude pouco construtiva do seu presidente", e de colocar problemas aos atletas do clube, mesmo depois de estes integrarem o programa olímpico.
"Mas não é só com o Sport Clube do Porto, pois a generalidade dos clubes lamenta o mesmo", referiu à Agência Lusa Paulo Barros Vale, que acusa a federação de "atitude majestática" e de empreender um "braço de ferro com os clubes". Barros Vale, que espera que os remadores não se deixem afectar por todas estas questões, alertou para a necessidade de os "clubes terem a obrigação de escolher bem as pessoas que os representam" e "se estas são certas para os lugares".
"Acho que a Federação tem a obrigação de apoiar os que estão no terreno, providenciando as melhores condições aos atletas, e não andar de costas voltadas", referiu o presidente do Sport Clube do Porto.
RASCÃO MARQUES PROMETE RESPOSTA PARA DEPOIS DOS JOGOS
Fonte: Agência Lusa
Publicada por JMR à(s) 6.8.08
Etiquetas: Federação, Remo, Selecção, Sport Club do Porto
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7 comentários:
Seria interessante que quando o presidente da Federação abrisse o livro, o fizesse claramente e sem subterfúgios. Sobre tudo o que diz respeito a Fraga/Mendes e também à entrevista que deu à Bola, onde referiu, entre outras preciosidades que a pista de Montemor tem todas as condições e é de nível mundial! Claro que para isso também era preciso que a entrevista deste "abrir o livro" fosse efectuada por um jornalista que estivesse por dentro da realidade de remo.
Não tenho por hábito comentar este tipo de notícias, no entanto, dadas as circunstâncias e algumas incongruências, decidi por bem expressar a minha opinião.
Sem, no entanto, querer meter-me onde não sou chamada, assim como sem querer tecer criticas prejurativas ao estilo de "Jornalismo" que aqui se pretende fazer, aliás porque se trata de uma arte da qual pouco sei.
Apesar disto, sei ler e interpretar...com a legitimidade de todas as interpretações subjectivas...
E é nesse perspectiva que coloco aqui algumas preocupações ao Sr.Jornalista...
Denoto que em quase todos os textos que aqui publica como "entrevistas", se tratam afinal de interpretações, excertos de frases e palavras, que utiliza para construir uma história, que, nem sempre corresponde à realidade factual do que fora dito pelos entrevistados. Estarei errada?
Este post é reflexo disso mesmo, de que descontextualiza e modifica o que fora dito pelo entrevistados, neste caso, usando citações do Nuno e do Pedro.
Das duas uma, ou sou eu a "dramatizar", ou em breve tanto leitores como entrevistados perderão a credibilidade neste blog, e se recusarão a dar entrevitas ou a ler.
Já agora, gostaria que o Sr. Jornalista me explicasse onde ouviu/leu que o barco que o Nuno e o Pedro levaram para Pequim tem 6 anos?
E que me informe também onde encontrou esta citação "Ainda nos atiraram à cara quanto gastaram para enviar o barco para Pequim".
Sem mais, grata pela atenção dispensada.
Sandra Guedes
Olá Sandra, é pena que não comentes mais vezes, mas vamos por partes.
1) "(...)nem sempre corresponde à realidade factual do que fora dito pelos entrevistados. Estarei errada?"
Da minha parte, estás. Até hoje tenho sido bastante elogiado pela fiabilidade das minhas citações. Não é por acaso que gravo quase sempre e tomo apontamentos.
2) "(...)descontextualiza e modifica o que fora dito pelo entrevistados"
Neste caso em concreto, acredito que terão sido o Pedro e o Nuno a falar com o jornalista da Lusa (repara que eu identifiquei quem elaborou a notícia) em Pequim. Mais uma vez, lembro que acompanha os dois remadores há quatro anos e eles nunca me apontaram falhas dessas.
3)"gostaria que o Sr. Jornalista me explicasse onde ouviu/leu que o barco que o Nuno e o Pedro levaram para Pequim tem 6 anos"
Novamente repito que o artigo não é da minha autoria, só o jornalista da Lusa pode responder a isso. Além disso, eu na altura noticiei a compra desse barco, por isso nunca escreveria tal erro.
4)"E que me informe também onde encontrou esta citação «Ainda nos atiraram à cara quanto gastaram para enviar o barco para Pequim»".
Volto a dizer que devem ter desabafado isso lá em Pequim.
Apenas respondi às principais críticas. O jornalismo é uma arte em permanente construção e, em defesa do meu colega, lembro que é impossível a qualquer jornalista acompanhar as dezenas de modalidades presentes em Olimpíadas. Pelo que li, não denoto grandes incongruências com o que ambos me têm dito.
A nível pessoal, peço-te que recuperes o jornal da recepção no aeroporto e confiras se o que me disseste na altura foi bem citado ou não.
Estamos sempre dispostos a debater a qualidade do nosso jornalismo. É também para isso que servem o email e os comentários. Espero que continues a dar a tua opinião, nem que seja para criticares as nossas interpretações.
Correcção: no ponto 2), deve ler-se "(...) Mais uma vez, lembro que acompanho os dois remadores (...)" e não "acompanha".
olá de novo!
O melhor será conversarmos pessoalmente sobre o que aqui foi exposto.
Mas fico contente pelo tempo que me dispensou.
Comentei apenas porque só li o que aqui colocou da entrevista da agencia lusa. E quanto sei nela não constam as ditas frases.
De qualquer forma, não dispensarei uma conversa!
Cumprimentos
Sempre que for para melhorar, estou disponível para conversar pessoalmente. Não tenho é qualquer contacto teu e certamente que terás mais facilidades em arranjar os meus.
Já agora, eu coloquei a entrevista integral. As que li nos jornais saíram todas mais reduzidas, mas eu respeitei o trabalho todo do jornalista que a escreveu.
Fico então à espera.
A resposta do presidente é "...sempre para depois...". Está sempre numa onda diferente; num "grande projecto".
Até agora não se viu nada dele a não ser agastamento e alguma sobranceria.
A federação está cheia de dívidas e neste mandato sempre gastou irresponsavelmente acima das suas possibilidades.
Com a entrada nas meias finais a dupla Fraga/Mendes e o SCP acabam com o espaço de manobra do Presidente, que por certo esperaria um pior resultado e a nivel interno, politicamente, lhe serviria melhor.
Parece-me que lhe resta apenas calar-se uma vez mais, para não dizer o que não deve. E pensar seriamente em não se recandidatar a outro mandato.
Mas... quem se chegará à frente para ocupar o lugar, quando as dívidas são o que se adivinha?
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